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Você tem certeza que entende o Sistema???
Você tem certeza que entende o Sistema???

Com frequência, recebo mensagens de amigos e leitores pedindo minha participação em passeatas, abaixo-assinados e cobranças diversas a alguma “autoridade”. E, nesses momentos, fico sem saber como agir ou o que responder, por isso resolvi escrever este pequeno artigo para abordar temas importantíssimos que a maioria da população desconhece. Espero que possa ir ao ar e ser lido, pois já tive outros artigos semelhantes “censurados” e sumariamente “deletados” do sistema...

 

Em primeiro lugar, para se entender como funciona a política, é preciso saber diferenciar “pessoa política” de “Sistema Político”. Uma pessoa política” é uma figura pública que se candidatou, recebeu (será que recebeu?) determinado número de votos e se elegeu para um cargo público como Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito, Governador, Presidente... Estes eleitos, por sua vez, indicam (será que indicam?) seus assessores, secretários, pessoas que os ajudarão a atuar em seus cargos. De forma resumida, essa é a definição de uma pessoa política. Vale lembrar que, a partir do cargo de Prefeito, há também o vice, portanto ao votar em um candidato, o voto vai também para o vice que o substituirá em diversas ocasiões. Você que lê, já pensou nisso? Você analisa também o vice quando vai votar?

 

Agora vamos entender a Ciência Política que classifica o Sistema Político, também chamado de Forma ou Sistema de Governo. De forma resumida, é o conjunto de “instituições políticas” por meio das quais um Estado organiza-se para exercer o seu “poder” sobre a sociedade. E isso ocorre até mesmo quando o governo é considerado ilegítimo.

 

Você já deve ter percebido que, só por estas descrições, já se pode definir quem decide praticamente tudo em um governo. Mesmo assim, vou perguntar: Quem toma as decisões é a pessoa política ou o Sistema Político?

 

Acertou quem respondeu “o Sistema Político”. Desta forma, pode-se perceber que a pessoa política eleita, na verdade, é alguém que “põe a cara a tapa”, mas as decisões partem de um conjunto que inclui tantos fatores (não poderei citar neste pequeno artigo) que ficar afrontando um determinado político para tomar providências que não dependem dele parece infantilidade de um povo que não tem a mínima ideia de como funciona o “Sistema”. Aliás, aqui cabe ressaltar que é mais fácil um Vereador conquistar melhorias para seu bairro, um Prefeito para sua pequena cidade ou um Deputado Estadual conseguir melhorias para seu Estado do que um Deputado Federal, Prefeito de grandes cidades, Governador ou Presidente, cargos que envolvem mais fatores de decisão. Aqui, quanto mais alto o cargo, maior a burocracia, mais envolvimento de diversas áreas e mais difícil o poder de decisão. Estou sendo clara?

 

Há também uma forma de manipulação que eu, particularmente, acho muito obvia mas que, para a grande maioria passa despercebida, que é o “incitar” o povo a passeatas e outras manifestações como forma de trazer à tona o que já estava decidido. Isso faz o povo sentir-se responsável, até mesmo, “culpado” pelos acontecimentos que, na verdade, foram decididos pelo Sistema antes mesmo da manifestação popular. O povo, nestes momentos, serve como marionete e nem percebe...

 

Em meio a tudo isso, um outro fator precisa ser entendido. A questão do Militarismo, da Ditadura, que alguns pedem para voltar enquanto outros abominam a ideia.

 

Em primeiro lugar, é preciso diferenciar Militar de Militarismo. Militar refere-se a tudo que diz respeito a uma organização autorizada a manter a ordem na defesa de seu país e luta pela defesa dos cidadãos. Dai surge o termo utilizado em política “militância” ou “militante” que é a condição de ativista político lutando arduamente por uma causa em favor de toda a sociedade. Ainda sobre o termo “militar”, existe o policial militar que é o servidor público que vai para as ruas em defesa dos cidadãos, combate os crimes, controla rebeliões, etc. Entre os policiais militares estão os bombeiros que, diária e anonimamente, salvam vidas de pessoas e animais. E o policial que, muitas vezes, mora em favelas e tem que andar “disfarçado” para não ser morto pelos opositores da polícia, ou seja, os bandidos.

 

Militarismo difere desta organização na medida em que define um “Sistema Político em que prevalece o poder dos militares”. O militarismo engloba as Forças Armadas que, no Brasil, são constituídas pela Marinha, Aeronáutica (Forças Aéreas) e pelo Exército. Estas são instituições nacionais, permanentes e regulares que têm a missão constitucional de zelar pela defesa da Pátria, pela garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Embora, a polícia militar e o corpo de bombeiros (estaduais e distritais) sejam descritos como forças reservas e auxiliares constitucionais do Exército Brasileiro, na prática isso não procede não só pelo que já citei anteriormente, mas por salários e benefícios que os policiais militares e bombeiros não tem em relação aos componentes das Forças Armadas.

 

As organizações militares funcionam muitas vezes como uma sociedade dentro da sociedade, observando suas próprias leis internas, suas próprias comunidades militares e outros detalhes de uma sociedade. E algo importantíssimo que poucos sabem é que as forças armadas são sistemas federais, estão subordinadas ao Órgão do Governo denominado Ministério da Defesa e o Comandante Supremo das Forças Armadas é o Presidente da República. Como já citei anteriormente, o Presidente da República depende de uma grande organização que define suas decisões, talvez fique agora mais fácil entender o que foi a “Ditadura”.

 

Ditadura:

Considerando, como está publicado em diversas literaturas, que o militarismo e a escalada armamentista foram financiados e utilizados nos países de Terceiro Mundo (ou em desenvolvimento ou ainda, como dizia um dos meus professores de História, em eterno subdesenvolvimento) em que as forças armadas nacionais se fortaleceram e ampliaram sua atuação interna combatendo em algumas situações o comunismo e em outras o capitalismo. E considerando tudo que já relatei neste artigo, fica fácil perceber que a tão falada “Ditadura Militar” teve nos militares apenas a imagem do ato. Os mais antenados hoje sabem bem que o que se chamou de “Golpe Militar” foi uma ação planejada por uma sociedade elitista que manipulou de tal forma a ação que só os militares  foram responsabilizados.

 

Na verdade esta história começa na década de 40, mas para encurtar o artigo que já está longo, citarei apenas o básico. Em 1955, João Goulart (Jango) foi eleito vice-presidente do Brasil. Como naquela época as eleições para Presidente e para vice eram separadas, ele obteve mais votos do que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Foi, de novo, vice em 1960, desta vez, concorrendo pela chapa de oposição ao candidato Jânio Quadros e os dois foram eleitos. Em 25 de agosto de 1961, Jango visitou a República Popular da China e, enquanto isso, no Brasil, Jânio Quadros renunciou ao cargo de Presidente. Há quem afirme que ele renunciou por não aguentar a pressão ou não concordar em ser manipulado, outros afirmam que ele foi forçado a renunciar. De qualquer forma, isso se tornou meio piada com a frase “Fi-lo porque qui-lo” (na verdade, a frase completa era “Fi-lo porque qui-lo. Lê-lo-á quem suportá-lo” e nem foi dita por Jânio e sim por um resenhista referindo-se aos contos de autoria de Jânio) e o povo, como sempre, não se preocupou em verificar o porquê da renúncia.

 

Após este ato, alguns ministros militares (das Forças Armadas) tentaram impedir a posse de Jango e empossaram o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili. (há quem noticie esta posse de Mazzili após a derrubada do governo Jango). Esta foi a notícia oficial, mas já sabemos que as Forças Armadas são comandadas pelo Presidente. Ora se as Forças Armadas são comandadas teoricamente pelo Presidente, como teriam poder para decidir quem substituiria Jânio? Até uma criança é capaz de perceber que não foram os militares que definiram esta posse, não é? OBS: Embora não se possa comprovar com certeza o que ocorreu naquela época, pode-se perceber que houve uma manobra de todo um Sistema (envolvendo latifundiários, clero e até empresas estrangeiras instaladas no país)e não apenas uma “intervenção militar” como se acredita até hoje...

 

Leonel Brizola, que era Governador do Rio Grande do Sul uniu-se ao General Machado Lopes, comandante do III Exército e mobilizaram o estado em defesa da Campanha da Legalidade que exigia a posse de Jango, como exigia a Lei, na ausência do Presidente, a posse seria do vice. Logo, a campanha teve apoio dos governadores de Goiás (Mauro Borges) e do Paraná (Nei Braga). Houve também apoio de parlamentares e, assim, em 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso Nacional e em 8 de setembro de 61, Jango assumiu a presidência com Tancredo Neves como primeiro-ministro. Tancredo deixou o cargo em julho de 62 para concorrer às eleições de outubro para Governador. Neste mesmo ano, o governo divulgou o “Plano Trienal” elaborado por Celso Furtado que pretendia combater a inflação e desenvolver economicamente o país. Após forte oposição, o plano “falhou” e o governo brasileiro foi obrigado a negociar empréstimos do Fundo Monetário Internacional. Pode-se afirmar que, neste ponto, iniciou-se a “dívida oficial do Brasil”

 

Nesse período, foi convocado um plebiscito para decidir sobre a manutenção do parlamentarismo ou o retorno do presidencialismo para janeiro de 1963. Por conta de uma grande campanha publicitária do governo, o parlamentarismo foi rejeitado...

 

Foram tantos os acontecimentos nesta época que é impossível citar todos, o principal é o que o Governo de Jango foi alvo de muitas críticas, ataques e ele passou a ser visto como “subversivo”. Havia uma forte suspeita de um “golpe de Estado” com comando esquerdista e apoiado por cabos e sargentos. Alias, aqui cabe citar que houve uma grande divergência entre os chamados militares, tendo a hierarquia dividida entre os que apoiavam Jango e que pertenciam aos cargos mais baixos e os que o rejeitavam que eram os oficiais. Houve até, em meio a essa divisão, um ato que ficou conhecido como “polícia contra polícia” que ocorreu em 64 e que já citei em outro artigo.

 

Há também relatos de que o comandante do II Exército, General Peri Beviláqua, que já havia apoiado a Campanha da Legalidade em favor da posse de Jango, denunciou a infiltração esquerdista e divulgou “ordem do dia” contra o que se conheceu como “rebelião dos sargentos”. Em consequência, Peri foi exonerado do cargo de comandante.

 

Em meio a estes e outros inúmeros acontecimentos, noticiou-se amplamente o “Golpe de Estado no Brasil em 1964”. O Exército brasileiro levou a “fama” pelo ato. Há quem diga que foram as “Forças Armadas” que decretaram e executaram o tal “golpe”. Porém, voltando ao raciocínio anterior, relembrando a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, “Campanha da Mulher pela Democracia” entre outras (foram vários grupos sociais, incluindo o clero, o setor empresarial e diversos setores políticos que organizaram marchas, fazendo com que mais de um milhão de pessoas fossem às ruas buscando e clamando pela derrubada do governo Goulart). E sabendo que há toda uma organização em cada uma das hierarquias ou fases do governo, pode-se calcular que o povo foi às ruas movido por uma grande organização que culminou na intervenção militar que também teve um comando. Hoje estipula-se chamar o “Golpe Civil e Militar” já que envolveu muito do setor civil ao que só os Militares assumiram a autoria.

 

 

Eu era apenas uma criança, mas acumulei naquele ano três títulos: Pioneira da TV brasileira (que eu já tinha desde 1963 quando iniciei na TV), Primeira criança a gravar um vinil profissional com dois anos e nove meses e lançá-lo ao completar três anos, isso me deu o título de precocidade na Música Mundial, cujo record era detido por Rita Pavoni que tinha gravado aos cinco anos na Itália. Ao bater este record, tornei-me recordista na Música Mundial. Mas houve um outro fator que me deu o título de precursora. Eu tive uma de minhas músicas censurada por ser considerada subversiva. Era um samba-canção com o título “Sonho de Criança” de autoria de meu professor Irineu Gonzaga. A letra falava da liberdade dos pássaros e das crianças. A música toda foi considerada subversiva mas penso que a frase: “Quisera ser passarinho e ter toda a imensidão de voar tão livremente e cantar linda canção” deve ter sido a principal pois insinuava mesmo um grito pela liberdade. E, como meu professor era militante político, penso que deve mesmo ter feito a letra com a intenção de colocar uma criança (que não poderia ser presa) para desafiar os poderosos, mas não posso afirmar que tenha sido esta a intenção dele... Eu mesma estava mais preocupada em mamar minha mamadeira e me descabelar quando vi meu primeiro vídeo-tape e comecei a gritar que uma menina como eu, vestindo roupa igual a minha, estava cantando minha música na TV, não conseguia entender que era eu mesma, afinal, se eu estava na sala de minha casa, como poderia estar na TV???

 

Pois bem, uma criança censurada pelo que se chamou Ditadura Militar... Depois dessa, qualquer coisa seria possível, não é, caro leitor?

Assista ao vídeo da minha música censurada:

 Saiba mais: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964

http://memoriasdaditadura.org.br/militares-que-disseram-nao/